segunda-feira, 2 de março de 2015

Nós Pagamos a Conta

Nós Pagamos a conta
Reajustes repentinos e com índices abusivos estão assustando a maioria da população brasileira, mais especificamente a classe média, seja ela padrão simples, médio ou elevado, atingindo inclusive, os mais humildes; exceção dos miseráveis, felizmente em número reduzidíssimo. Erros do pretérito como privatizações efetuadas com recursos públicos e poucas exigências de compensação, reajustes necessários e não realizados nas contas de energia elétrica e combustível; falta de planejamento na infraestrutura e suprimento das necessidades básicas, benefícios concedidos a idosos como passagens grátis para deslocamentos citadinos ou viagens externas; isenção ou diminuição de taxas públicas para algumas categorias, bolsas para estudantes carentes, apoio a entidades privadas de ensino, estes são alguns exemplos da origem dos valores que hoje nos estão sendo cobrados.  Isto acrescido dos descalabros do governo, a ineficácia da classe política e o alto custo para manter seu elevado padrão, ou pior, os desvios e propinas auferidos a grupos privados com total apoio de empregados, dirigentes e políticos inescrupulosos, e assim a conta só vai aumentando...

 No final sempre alguém paga a conta. Nada é gratuito.
Por alguns anos o Brasil sobreviveu a crises internacionais utilizando suas reservas de recursos financeiros, riquezas físicas e geográficas, para sobrepujar os problemas. Neste tempo, os juros baixaram, os impostos sobre a linha branca e veículos foram reduzidos, os valores, prazos e a oferta de financiamentos foram elevados, mantendo a indústria, a construção civil e o comércio em pleno desenvolvimento. Os bancos enriqueceram e as empresas multinacionais idem, contudo, para onde foram direcionados estes lucros? Acaso foram reaplicados neste país? No momento em que a fonte secou quais as melhorias concretas verificadas em nosso parque industrial? E no sistema de transporte? E nos serviços essenciais? Restaram obras públicas mal feitas ou mal programadas, muitas inacabadas que geraram despesas e dívidas monstruosas e pouca utilidade para o povo.

 Inicia-se a fase de demissões em massa, causadas por gestões equivocadas, onde o trabalhador ativo ou inativo será novamente a vítima.

Para as grandes fortunas, os reajustes assombrosos em conta de luz, água, IPTU, passagem, falta de correção da tabela de imposto de renda, representa apenas migalhas; todavia para a massa constitui desequilíbrio no orçamento familiar. Em consequência, estas pessoas que adquirem os bens nacionais, fazendo girar o comércio, os serviços e a indústria, perdem seu poder aquisitivo, fixando-se no gasto essencial para a sobrevivência, enfraquecendo a engrenagem que equilibra a economia brasileira.

Para onde vamos? Subsídios estruturados são viáveis, desde que se tenham claro a forma de origem, o prazo, o montante e compensação dos recursos. Se alguém sempre paga a conta e prosseguindo a história, a classe média é novamente posta em sacrifício. Foi planejado? É justo?

Independente da resposta, nós pagaremos a conta!




Imagens Google




Um comentário:

  1. Lúcido, sensato e oportuno como outros textos da autoria de Lourdes Thomé. No entanto, bem mais contundente, assim como a realidade a que refere. O texto retrata um momento social em cabe conscientização e diálogo.

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