Nós Pagamos a conta
Reajustes
repentinos e com índices abusivos estão assustando a maioria da população
brasileira, mais especificamente a classe média, seja ela padrão simples, médio
ou elevado, atingindo inclusive, os mais humildes; exceção dos miseráveis,
felizmente em número reduzidíssimo. Erros do pretérito como privatizações
efetuadas com recursos públicos e poucas exigências de compensação, reajustes
necessários e não realizados nas contas de energia elétrica e combustível; falta
de planejamento na infraestrutura e suprimento das necessidades básicas,
benefícios concedidos a idosos como passagens grátis para deslocamentos
citadinos ou viagens externas; isenção ou diminuição de taxas públicas para
algumas categorias, bolsas para estudantes carentes, apoio a entidades privadas
de ensino, estes são alguns exemplos da origem dos valores que hoje nos estão
sendo cobrados. Isto acrescido dos
descalabros do governo, a ineficácia da classe política e o alto custo para
manter seu elevado padrão, ou pior, os desvios e propinas auferidos a grupos
privados com total apoio de empregados, dirigentes e políticos inescrupulosos,
e assim a conta só vai aumentando...
No final sempre alguém paga a conta. Nada é
gratuito.
Por alguns
anos o Brasil sobreviveu a crises internacionais utilizando suas reservas de
recursos financeiros, riquezas físicas e geográficas, para sobrepujar os
problemas. Neste tempo, os juros baixaram, os impostos sobre a linha branca e
veículos foram reduzidos, os valores, prazos e a oferta de financiamentos foram
elevados, mantendo a indústria, a construção civil e o comércio em pleno
desenvolvimento. Os bancos enriqueceram e as empresas multinacionais idem,
contudo, para onde foram direcionados estes lucros? Acaso foram reaplicados neste
país? No momento em que a fonte secou quais as melhorias concretas verificadas em
nosso parque industrial? E no sistema de transporte? E nos serviços essenciais?
Restaram obras públicas mal feitas ou mal programadas, muitas inacabadas que
geraram despesas e dívidas monstruosas e pouca utilidade para o povo.
Inicia-se a fase de demissões em massa,
causadas por gestões equivocadas, onde o trabalhador ativo ou inativo será novamente
a vítima.
Para as
grandes fortunas, os reajustes assombrosos em conta de luz, água, IPTU,
passagem, falta de correção da tabela de imposto de renda, representa apenas migalhas;
todavia para a massa constitui desequilíbrio no orçamento familiar. Em
consequência, estas pessoas que adquirem os bens nacionais, fazendo girar o
comércio, os serviços e a indústria, perdem seu poder aquisitivo, fixando-se no
gasto essencial para a sobrevivência, enfraquecendo a engrenagem que equilibra
a economia brasileira.
Para onde vamos? Subsídios estruturados são viáveis, desde que se tenham claro a forma de origem, o prazo, o montante e compensação dos recursos. Se alguém sempre paga a conta e prosseguindo a história, a classe média é novamente posta em sacrifício. Foi planejado? É justo?
Independente
da resposta, nós pagaremos a conta!
Imagens Google |
Lúcido, sensato e oportuno como outros textos da autoria de Lourdes Thomé. No entanto, bem mais contundente, assim como a realidade a que refere. O texto retrata um momento social em cabe conscientização e diálogo.
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