segunda-feira, 9 de março de 2015

A PORTA DO BANCO


A Porta do Banco

Assisti a uma palestra onde o expositor comparou os reveses da vida com uma porta blindada de uma entidade bancária. Para adentrar no recinto, precisamos deixar todos os objetos de peso, de metal. Muitas vezes reviramos a bolsa e os bolsos, depositamos todas as quinquilharias consideradas empecilhos para o nosso acesso, e mesmo assim, a porta continua travada. Ficamos irritados, apreensivos ou revoltados, até acalmarmos e descobrir a razão do impasse. Desvendamos, após inúmeras tentativas e muitas vezes através do auxílio dos seguranças, que o item impeditivo era uma moeda escondida, uma caneta, ou até um metal da constituição da pasta, do cinto, entre outros possíveis obstáculos.
Na jornada humana acontece como na entrada dos bancos: sem saber ou entender, paramos num determinado ponto e ficamos girando, contudo retornando local inicial, sem avanço, sem mudança de rumo. É como se tivéssemos algum peso, expresso na forma de sentimentos, segurando nossa evolução, o qual pode ser constituído por mágoas, raiva, ódio, inveja, egoísmo, orgulho, egocentrismo, mesquinharia, e tanto outros males que nos afligem e dos quais sequer temos consciência. Somente no momento em que decidimos que precisamos prosseguir no caminho, encontrar um rumo, uma mudança, um novo objetivo, é então que percebemos a força da trava que nos impede de andar, e nos deixa rodopiando, retornando à posição de largada. Será preciso abrir a alma e dela retirar toda a negatividade de forma a nos possibilitar o movimento de andar e então aportar numa nova etapa da existência e atingir as metas aneladas.

Entretanto, será constrangedor escancarar nossos sentimentos ocultos, mostrá-los a nós próprios, deixá-los desnudos, e o passo mais difícil, desfazer-nos deles. Afinal, estamos acostumados a carregar esses trambolhos. Contudo senão adotarmos essa atitude de desapego, continuaremos paralisados, trancados num espaço onde somos por todos observados, porém, sem que fixemos o olhar em nosso mundo interior. E assim, a porta permanecerá paralisada, cujo único movimento efetuado será o de retorno à entrada, onde para avançar teremos primeiramente que nos desfazer dos objetos inadequados que carregamos.
Um segurança, um amigo, um parente, um estranho poderá apertar o controle para que retornemos até a posição inicial, mas, nós é que deveremos abrir os compartimentos e retirar os objetos inadequados que guardamos  depositando-os no lugar apropriado. Posteriormente, desvestidos dos excessos é que o portal movimentará, possibilitando a passagem rumo às realizações.


Google Imagens
O caminho evolutivo realmente assemelha-se a uma porta blindada de banco, cabendo somente a nós à habilidade de permissão para facilitar o acesso em direção à vitória, às conquistas almejadas!

Um comentário:

  1. Muito interessante a colocação do texto de Lourdes Thomé sobre 'fracasso/sucesso'... As portas se fecham porque não nos desapegamos daquilo que as emperra. E o que trava as portas é justamente o que carregamos sem 'nos dar conta' (inconscientemente). Nossas atitudes mentais que nos prendem com laços negativos ao passado pode ser a causa de não nos deliciarmos ao viver o momento presente. Uma vez livres daquelas amarras , projetaremos um futuro de benesses.

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