sexta-feira, 18 de julho de 2014

BRASIL SETE?


BRASIL SETE?

Imagens Freepick
A população brasileira ficou pasma com o resultado do jogo entre o Brasil e a Alemanha, pelas semifinais da Copa do Mundo/FIFA, dia 8 de julho/2014. Levamos sete gols em poucos minutos, sendo os primeiros cinco numa sequência de toques que pareceram mágicos, enquanto os nossos jogadores ficaram inertes, num estado de letargia. Qual o significado desta ocorrência? Traduzirá alguma mensagem? Foi um acontecimento normal? Existe concordância que seria natural caso nós perdêssemos de: três a um, três a dois, dois a um, resultados considerados aceitáveis, decorrentes do esporte. Contudo, para uma seleção que chega às últimas etapas num campeonato mundial, este placar de sete a um é improvável, surreal.

Num grupo de estudos do qual sou integrante, pesquisamos a “Lei de Causa e Efeito”, como uma forma de aproximar os ensinamentos espirituais ao cotidiano. Dentro dessas premissas, analisamos essa partida de futebol, refletindo que a Alemanha levou apenas um gol, enquanto aplicou sete na equipe adversária por estar mais bem preparada física, emocional e espiritualmente, o que foi comprovado durante o jogo através do desempenho coletivo e também pelo comportamento dos atletas após a finalização da partida, quando retornaram ao campo e confraternizaram humildemente com os torcedores. Mesmo perante um adversário abatido e derrotado, demonstraram respeito. O exemplo demonstra como o mais bem preparado obtém o melhor resultado.
     Mas será que foi só isso o que aconteceu lá no gramado? Ressaltando que o Brasil é a Pátria do Evangelho, no contexto da doutrina espiritualista, indagamo-nos se este fato não foi um recado da espiritualidade, uma intervenção dos mentores para que ficássemos realmente abismados, num tratamento de choque, marcados para sempre através do esporte com um resultado aviltante, apesar de termos bons esportistas no quadro. Observamos que os dois atletas que sobressaiam no quadro foram previamente afastados: o capitão que detinha bom nível de comando foi suspenso, e o melhor jogador ficou machucado. Especula-se que se estas duas lideranças estivessem em campo, à derrota poderia ocorrer, contudo seria em níveis aceitáveis, dada a força esportiva e mental destes dois componentes. Assim, foram estrategicamente providenciados os afastamentos destes na disputa.

 Então qual a mensagem? Poderão ser muitas, e cada um interpretará segundo a sua visão mental. Especulamos sobre algumas: o tempo pão e circo com a ênfase que o país concede ao futebol estão exacerbados e fora da normalidade, em detrimento até aos outros esportes. Ou falta-nos humildade, quiçá atenção para com nossos problemas internos. Endeusamos jogadores, criando um círculo energético além do saudável e necessário e assim estamos também prejudicando as auras destes profissionais e seus familiares. Estamos demasiadamente preocupados com retorno financeiro, esquecendo a caridade para com nossos irmãos menos afortunados na constante ansiedade em vencer, ser sempre o melhor, ganhar sempre mais. Nossos conceitos de responsabilidade e honestidade talvez precisem ser revistos, e certamente mudanças ocorrerão não só no esporte, atualmente envolto em escândalos de corrupção. Possivelmente estamos sendo chamados à responsabilidade para com este país, a fim de prepará-lo para receber as novas encarnações que virão neste processo evolutivo do planeta e os degradantes sete a um foi à forma que nossos mentores encontraram de nos chamar para a realidade, concentrando num futuro próximo, as energias e recursos em novos e múltiplos projetos econômicos, sociais e educacionais. Afinal em tudo no universo sempre há uma causa e um efeito, e para tudo o que acontece existe uma razão explícita ou oculta, desde que saibamos como desvendá-la. Assim, se o resultado de sete a um jamais será esquecido, que seja então bem aproveitado no refazimento de nossas políticas não só esportivas, mas em igualdade com as demais que interferem no comando, desempenho e bem viver de toda a nação.


quarta-feira, 2 de julho de 2014

O CALOR DO INVERNO



   Ouvi no noticiário televisivo noturno que a estação do inverno chegara. Instintivamente, senti um arrepio de frio a percorrer-me os ossos. Deitada num sofá, eu me aconcheguei ainda mais nos cobertores que me envolviam. E então viajei. Retornei ao longínquo passado, num período tão distante, o da minha infância querida.

Imagens Freepik
Naquela época eu morava no interior do estado, numa cidade localizada no oeste catarinense, onde as estações são bem definidas; portanto, na invernia a friagem era intensa, contrapondo com a perfeição das paisagens brancas de geada. Parece-me que hoje, após décadas, o gelo diminuiu, e o branco quase sumiu. Restaram poucos sintomas dos cenários paradisíacos aos olhos, onde a beleza contrastava com a rudeza da situação, quando as plantas morriam, as aves se recolhiam os animais se protegiam e nós, os humanos, nos reuníamos permanecendo sob o abrigo do lar. Recordo com saudade das manhãs frias, quando meu pai após acender o fogo no velho fogão a lenha que aquecia o ambiente da cozinha, chamava-me para ver pelos vidros orvalhados da janela, o descortinar da paisagem. Somente agora eu compreendo o quanto eu amava aquele panorama: o carinho paterno, o calor da chama, o abrigo da moradia, os agasalhos que me cobriam do frio que lá fora fazia e todas as esperanças que na meninice eu nutria. Talvez por esses contrastes eu sinta agora essa nostalgia quando cada nova temporada invernal chega. Este período sempre me leva a recordar dos bons momentos que vivi como também de tudo o que perdi, dos entes queridos presentes ou desencarnados, até das mudanças que fiz ou das que olvidei restando sonhos que não realizei e frustrações que adquiri, e ainda de todo o tempo que já existi. Quisera voltar ao passado, reviver as emoções, fazer tantas coisas diferentes; contudo, não posso. O que passou simplesmente se foi.  Felizmente minha memória guarda as lembranças, trazendo-as à tona nos momentos oportunos, como a alimentar-me a alma, revigorando as energias e aquecendo o coração nos dias gelados. Ah! Inverno, tempo frio que me traz calor...