quarta-feira, 18 de março de 2015

Envelhecimento: uma passagem na vida.

  Envelhecimento: uma passagem na vida.

Envelhecer é mais uma passagem, entre tantas, que ocorrem na vida; aonde o tempo se vai, o corpo perde o viço, enquanto a alma evolui. Se o físico apresenta desgastes, o espírito é aprofundado com as inúmeras experiências acumuladas ao longo dos anos.
Ainda não entendi por que desgosto das expressões: “idoso”, ou “melhor idade.” Todavia, concordo que são mais aprazíveis do que “velho”, palavra pejorativa, geralmente utilizada para designar algo “inservível ou inútil.”.
Sinto-me um ser vivendo com maturidade, quando as lembranças das experiências passadas ficam mais nítidas e ganham novo significado, pois compreendo melhor os meus sentimentos pretéritos, aceitando as deficiências e enaltecendo as qualidades próprias e das pessoas que comigo conviveram. O que antes era mágoa transformou-se em entendimento e aceitação.  A beleza e a rigidez das carnes cedeu lugar a movimentos mais lentos, porém, mais calmos e expressivos. As emoções são menos cortantes e as atitudes mais flexíveis. Agrada-me ser identificada como uma pessoa na maturidade, pois o envelhecimento traz consigo esta maturação. Comparo o ser humano com um carro: quando novo, o motor é seco, precisando de rodagem para amaciar, existindo um período em que atinge o ápice de rendimento e agilidade; contudo, para manter este ritmo ele precisa de manutenção e eventualmente substituição de algumas peças. Já a criatura necessita de um cuidado especial com a parte externa que é o físico, equivalente à carroceria do automóvel, e a banda interna, o mental, corresponde à complexa engrenagem do motor. É justamente neste período que o ser amadurecido passa à condição de condutor e o veículo torna-se a jornada, assumindo a quilometragem já percorrida e admitindo o que resta a percorrer.
Amadurecimento é parte integrante da caminhada terrena e a sabedoria está em aceitá-lo, desfrutando das benesses e acatando as adversidades, contudo, prosseguindo na estrada, onde sempre haverá um horizonte, um destino.

Envelhecer equivale a um por de sol: muitas tardes belas, algumas nubladas, outras chuvosas e até com tormentas, mas sempre se espera um novo dia, um novo raio de luz.
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segunda-feira, 9 de março de 2015

A PORTA DO BANCO


A Porta do Banco

Assisti a uma palestra onde o expositor comparou os reveses da vida com uma porta blindada de uma entidade bancária. Para adentrar no recinto, precisamos deixar todos os objetos de peso, de metal. Muitas vezes reviramos a bolsa e os bolsos, depositamos todas as quinquilharias consideradas empecilhos para o nosso acesso, e mesmo assim, a porta continua travada. Ficamos irritados, apreensivos ou revoltados, até acalmarmos e descobrir a razão do impasse. Desvendamos, após inúmeras tentativas e muitas vezes através do auxílio dos seguranças, que o item impeditivo era uma moeda escondida, uma caneta, ou até um metal da constituição da pasta, do cinto, entre outros possíveis obstáculos.
Na jornada humana acontece como na entrada dos bancos: sem saber ou entender, paramos num determinado ponto e ficamos girando, contudo retornando local inicial, sem avanço, sem mudança de rumo. É como se tivéssemos algum peso, expresso na forma de sentimentos, segurando nossa evolução, o qual pode ser constituído por mágoas, raiva, ódio, inveja, egoísmo, orgulho, egocentrismo, mesquinharia, e tanto outros males que nos afligem e dos quais sequer temos consciência. Somente no momento em que decidimos que precisamos prosseguir no caminho, encontrar um rumo, uma mudança, um novo objetivo, é então que percebemos a força da trava que nos impede de andar, e nos deixa rodopiando, retornando à posição de largada. Será preciso abrir a alma e dela retirar toda a negatividade de forma a nos possibilitar o movimento de andar e então aportar numa nova etapa da existência e atingir as metas aneladas.

Entretanto, será constrangedor escancarar nossos sentimentos ocultos, mostrá-los a nós próprios, deixá-los desnudos, e o passo mais difícil, desfazer-nos deles. Afinal, estamos acostumados a carregar esses trambolhos. Contudo senão adotarmos essa atitude de desapego, continuaremos paralisados, trancados num espaço onde somos por todos observados, porém, sem que fixemos o olhar em nosso mundo interior. E assim, a porta permanecerá paralisada, cujo único movimento efetuado será o de retorno à entrada, onde para avançar teremos primeiramente que nos desfazer dos objetos inadequados que carregamos.
Um segurança, um amigo, um parente, um estranho poderá apertar o controle para que retornemos até a posição inicial, mas, nós é que deveremos abrir os compartimentos e retirar os objetos inadequados que guardamos  depositando-os no lugar apropriado. Posteriormente, desvestidos dos excessos é que o portal movimentará, possibilitando a passagem rumo às realizações.


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O caminho evolutivo realmente assemelha-se a uma porta blindada de banco, cabendo somente a nós à habilidade de permissão para facilitar o acesso em direção à vitória, às conquistas almejadas!

sábado, 7 de março de 2015

Duplo Prejuízo

Duplo Prejuízo

A imprensa tem se ocupado exaustivamente em pesquisar, acompanhar, entrevistar e divulgar informações sobre a Operação Lava Jato. Contudo não é somente o tempo quase integral dos meios de comunicação que o atual escândalo tem ocupado. Outros setores também estão amplamente assoberbados de trabalho em função desta ocorrência, entre estes o Senado, a Câmara dos Deputados, a Polícia e a Justiça. Será que é possível avaliar a demanda de atividades extras que estas incorreções causam à nação brasileira? Quantos projetos de lei estão sendo preteridos pelas comissões ou sequer vão às votações, em função da urgência e abrangência deste caso. E o pior, estes episódios estão sendo sequencias. Resolve-se um caso, e logo outro estoura. O país demanda de atualização e correção na legislação para evoluir adequando-se à era de inovações, principalmente tecnológicas, ambientais, sociais, além de comerciais, industriais, envolvendo toda a cadeia produtiva nacional. No tocante ao judiciário, quantas serão as pessoas que estão aguardando análise, posicionamento e finalização de processos jurídicos, o que está andando a passos lentos pelo acúmulo de serviço. Ao continuar neste trânsito, a maioria dos brasileiros morrerá sem ver a solução de tantos assuntos pendentes, e não será por falta de empenho dos profissionais, mas sim, pelo excesso e constância de questões prementes, cujos abusos são aviltantes, ocasionando prejuízos, roubos, desvios e descaso com verbas públicas e de empresas governamentais.

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Quando compartilharemos o significado da palavra responsabilidade, agilidade, seriedade e principalmente normalidade?



segunda-feira, 2 de março de 2015

Nós Pagamos a Conta

Nós Pagamos a conta
Reajustes repentinos e com índices abusivos estão assustando a maioria da população brasileira, mais especificamente a classe média, seja ela padrão simples, médio ou elevado, atingindo inclusive, os mais humildes; exceção dos miseráveis, felizmente em número reduzidíssimo. Erros do pretérito como privatizações efetuadas com recursos públicos e poucas exigências de compensação, reajustes necessários e não realizados nas contas de energia elétrica e combustível; falta de planejamento na infraestrutura e suprimento das necessidades básicas, benefícios concedidos a idosos como passagens grátis para deslocamentos citadinos ou viagens externas; isenção ou diminuição de taxas públicas para algumas categorias, bolsas para estudantes carentes, apoio a entidades privadas de ensino, estes são alguns exemplos da origem dos valores que hoje nos estão sendo cobrados.  Isto acrescido dos descalabros do governo, a ineficácia da classe política e o alto custo para manter seu elevado padrão, ou pior, os desvios e propinas auferidos a grupos privados com total apoio de empregados, dirigentes e políticos inescrupulosos, e assim a conta só vai aumentando...

 No final sempre alguém paga a conta. Nada é gratuito.
Por alguns anos o Brasil sobreviveu a crises internacionais utilizando suas reservas de recursos financeiros, riquezas físicas e geográficas, para sobrepujar os problemas. Neste tempo, os juros baixaram, os impostos sobre a linha branca e veículos foram reduzidos, os valores, prazos e a oferta de financiamentos foram elevados, mantendo a indústria, a construção civil e o comércio em pleno desenvolvimento. Os bancos enriqueceram e as empresas multinacionais idem, contudo, para onde foram direcionados estes lucros? Acaso foram reaplicados neste país? No momento em que a fonte secou quais as melhorias concretas verificadas em nosso parque industrial? E no sistema de transporte? E nos serviços essenciais? Restaram obras públicas mal feitas ou mal programadas, muitas inacabadas que geraram despesas e dívidas monstruosas e pouca utilidade para o povo.

 Inicia-se a fase de demissões em massa, causadas por gestões equivocadas, onde o trabalhador ativo ou inativo será novamente a vítima.

Para as grandes fortunas, os reajustes assombrosos em conta de luz, água, IPTU, passagem, falta de correção da tabela de imposto de renda, representa apenas migalhas; todavia para a massa constitui desequilíbrio no orçamento familiar. Em consequência, estas pessoas que adquirem os bens nacionais, fazendo girar o comércio, os serviços e a indústria, perdem seu poder aquisitivo, fixando-se no gasto essencial para a sobrevivência, enfraquecendo a engrenagem que equilibra a economia brasileira.

Para onde vamos? Subsídios estruturados são viáveis, desde que se tenham claro a forma de origem, o prazo, o montante e compensação dos recursos. Se alguém sempre paga a conta e prosseguindo a história, a classe média é novamente posta em sacrifício. Foi planejado? É justo?

Independente da resposta, nós pagaremos a conta!




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Fé e Esperança

Fé e esperança
São palavras que traduzem a confiança
De que a vida é uma aliança
Mistura de tristeza e bonança

Dor e alegria fazem lambança
Incomodando a autoconfiança
Que nem sempre vem de herança
Mas é adquirida em poupança

Para isto basta ter perseverança
Então conquistar segurança
Que vem com cobrança
Afinal nem tudo é festança

Na busca da temperança
A fé e a descrença fazem aliança
Em complicada balança

Resultando em penúria ou abastança.