Menina assustada
Frente aos
problemas da vida, inúmeras vezes eu me sinto como uma garotinha assustada,
permanecendo encolhida em minha cama, no refúgio de meu quarto. Eu já estou na
terceira idade, época em que tantos afirmam constituir o melhor período da
existência humana; porém, eu penso que de melhor não tem nada; trata-se simplesmente
de uma etapa onde detenho mais conhecimentos, experiências e em consequência também
acumulo um número maior de frustrações em relação às realizações. Nesta fase os
projetos que não se concretizaram adquirem um peso maior, provocando uma dor no
coração. Essa dor pode ser mera decorrência dos incômodos e insucessos que
estão armazenados no consciente e pior, pelos que ficaram mascarados ou escondidos
no inconsciente. Esse descômodo pode ser decorrente da aquiescência do pouco tempo
que sobra para readquirir forças para lutar e vencer. Afinal não quero partir
deixando tantos sonhos inacabados.
Preciso de energias para afrontar o gigante
que me apavora. Justamente nos momento em que me encolho, relembro da menina
que tinha medo de fantasmas e bichos selvagens; sentia-se frustrada quando era
incompreendida pelas coleguinhas, ficava tristonha ao ser repreendida pelos
pais e professores, angustiava-se quando não conseguia boas notas na escola, desgostava-se
por brigar com os irmãos, reclamava quando chovia demais a impedindo de correr
livre pelas ruas e jardins, necessitava proteger-se do sol escaldante obrigando-a
buscar refúgio numa sombra amiga. Tantas trivialidades que foram importantes na
construção do meu SER. É assim contraída e no aconchego de minha mente que eu
revejo minha jornada, aceito meus erros e acertos, repenso minhas atitudes,
programo novas ações e reencontro as energias necessárias para levantar. Sei
que problemas e desafios eu sempre os terei, contudo, a forma como os enfrento
é que faz a diferença. Descobri um método específico para me fortificar: buscar
dentro de mim a menina assustada que foi aos poucos aprendendo a batalhar,
evoluir, trabalhar, chorar, sorrir, enfim, viver!
Compartilhar as descobertas existenciais é um gesto indicativo de amor ao próximo. Parabenizo-a e desejo que alcance as metas a que se propôs, nessa seara.
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